Eu não vou te soltar, não precisa fechar os olhos. Se você cair, cairei junto, e caso importe, não vai doer se estivermos de mãos dadas. Entre os meus discos de vinil e recortes de jornal amarelados você mora. Um amor antigo, recém-adquirido. De cima do muro eu vejo você perdido, imortal. Uma palidez que me cega, mas as cores não somem, apesar de sermos felizes juntos em um mundo de cores sujas, desbotadas, aquele verde pastel. E de cima eu quero descer, encontrar você, você nunca me procura em cima. Daqui eu também vejo os leões me cercando, reforçando o poder das grades. E seus olhos que não me enxergam não me transmitem força, e eu insisto em cavar um túnel com uma colher de sobremesa. Reza, rosário, junte suas mãos em sinal de prece. Olhe para cima, entenda minha intenção. Eu estou aqui. Procurando por Deus você vai me encontrar, quem disse que os anjos não choram. Se você me segurar, eu pulo. Efêmera fratura exposta. Vai ligeira, passageira, não deixa sequer uma mensagem de adeus. Neurose, neutralidade, neutralizar. Estamos na página 429, da 8ª edição. Oitava, sétima, vampiro. Sanguessuga, fantástico, fanático. Contrário às leis ou à moral, vedado, defeso. Você fica bem na minha estante, um troféu, sinal, insígnia de vitória triunfal. Venci a mim mesma, subi no lugar mais alto do podre pódio apodrecido e numerado, e você comigo, nos meus braços. O ponteiro pontiagudo pontifica novas leis e marca a hora certa. E enfim, de uma forma estranha, porém intensa, volto à página 35 pra perceber ao dizer, que desde o início eu amo você.
(;
como já previsto,eu me apaixonei pelo texto. esse ao meu ver é o melhor que você escreveu. parabéns,dona moça;você está cada vez melhor ;)
eu te amo, tanto (L)
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