Era quase manhã, uma quinta-feira inexpressiva. No final do verão tudo parecia uma bagunça procurando se acertar. Ela se atrapalhou, ele disse adeus pra sempre. O pra sempre nunca acaba, sempre existe, só muda de lado. Sorriu ao perceber que finalmente ele ficaria bem, sem se machucar em suas confusões e erros. E também chorou, não teria mais com quem sonhar. Por quem esperar, um motivo para viver além da expectativa de vida. Deitou-se, enquanto suas lágrimas escorriam pelo rosto e morriam em seu travesseiro. E lá estava ele, deitado ao seu lado. Dormia um sono profundo, enquanto ela acariciava-lhe os cabelos castanhos, quase louros. Ela o sentia, embora não pudesse olhar em seus olhos. Mas cantava, e ele dormia. Um pensamento, dois travesseiros, um coração e nenhum cobertor. O amor não deixava o frio entrar. E cantando só pra ele dormir ela permaneceu. Quando abriu os olhos, ela sentiu o frio. Era só um sonho, ele não morava mais ali.
E também chorou, não teria mais com quem sonhar. Por quem esperar, um motivo para viver além da expectativa de vida.
exatamente.