O desejo da carne, o pecado sufocante. Sua música emitia a luz vermelha, e provocava um arrepio semelhante ao da ojeriza. A vontade comprimida se transformava em sede. E esse medo foi o que me deu asas, para que eu voasse por um caminho em direção ao nada. Paredes limpas e brancas, flores amarelas no jardim. O outono passava ligeiro e deixava um rastro de folhas vermelhas no chão. A cor me trazia a sensação de nostalgia, eu ouvi a música, e a inquietação dos meus pés que insistiam em se mover atraíram a loucura. A linha tênue entre o aceitável e o desespero se rompeu. O pecado reinou. A música atingiu sua maior intensidade. Paredes rabiscadas, a contabilidade dos dias em cativeiro. Quem quer flores quando já se está morto?

Amanda Terra, 28 de novembro de 2008, 16:07h.

2 infortúnios

  1. no banho on 6 de dezembro de 2008 às 22:00

    quem quer flores quando se está morto?

    amei <3

     
  2. Sandro de Oliveira on 8 de dezembro de 2008 às 20:50

    tive um "deja vu" quando li

    Ultimamente ando também fazendo a contabilidade desses dias em cativeiro.

    ;*

     


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