E eu me lembro o que nos uniu. A esperança, que serve de apoio àqueles que sentem falta. Enquanto conversávamos sobre coisas banais e inventávamos bobagens para não ter que admitir que a saudade era vilã, e amarrava-se com cordas finas aos nossos corações. Tão finas que ao apertarem, cortavam. Você transparecia descaso, enquanto eu escrevia tantas cartas. Palavras românticas que eu nunca recuperei. Ofereci o melhor de mim, e me doei o quanto pude, e só senti o seu amor periodicamente. E enquanto nos afastávamos as folhas caiam das árvores e cobriam o chão, as tardes eram âmbares, o sol tinha mais pressa em ir embora. E enquanto nos reaproximamos, agora, estão chegando as tardes de sol a pino, a primavera que floresce tudo o que existe de melhor em mim e deixa mais bonito o caminho. Se acreditasse em destino, diria que o meu é ser eternamente uma boba quando o assunto é você. Eu me afasto e você sempre me traz de volta com suas palavras sensatas e o seu desejo evidente. E talvez, um dia, estaremos juntos em toda a plenitude mundana, e riremos de tudo o que veio antes. Sentiremos o gosto que o outro tem, e eu dormirei te ouvindo respirar. Seremos felizes naquela noite, talvez só.

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