Creio não ser difícil fazer-me entendida utilizando palavras ditas. Mas quando reinam a ignorância e a vontade má, não é nada adiantoso falar, repetir, girar para a direita o botão do volume. Por isso escrevo, lê apenas quem tem vontade, quem tem o dom. De tanto pensar frio, fiquei doente dos pés, e a metástase valeu-se da imunodeficiência e tomou posse dos pulmões. Eis a gripe emocional, que faz do meu nariz corado, e dos meus olhos, lacrimosos. Então, feche os olhos e imagine, logo não vai se lembrar de mais nada. A corisa incômoda não se vai com acordos amistosos e chá de ervas. O coração se aquece, mas os pés continuam gelados. E as promessas, que tentam se fantasiar de calorosas meias de lã, servem por hora, enquanto não as ofereço como banquete às minhas traças da imaginação. Durante a febre, suas mãos imaginárias seguraram as minhas, tão forte que eu pude te sentir ao meu lado, talvez fisicamente, talvez delírio. E já dizia minha mãe: "Agasalhe-se, criança, cuidado com o ciúme". E por puro descuido, molhei os pés em uma noite glacial. Mas as propagandas da tevê me animam, afinal, tomou Doril, a dor sumiu. A persistirem os sintomas, procure um médico.
Ficadica: O último capítulo da minissérie Capitu, Rede Globo, foi o mais espetacular. Multiplicou em 7 (sete) a minha vontade de ir ao teatro.
Nota de rodapé: "My finger tips are holding onto the cracks in our foundation".

2 infortúnios

  1. Maria Letícia on 14 de dezembro de 2008 às 21:14

    Bom, esse título me lembra algo.
    Bom aquilo é coisa do passado assim seja.

     
  2. no banho on 15 de dezembro de 2008 às 10:54

    por favor,senhorita,eu preciso de doril ;)

    A-M-E-I o texto :D

     


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